sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

DECLARAÇÕES DOS POLICIAIS MILITARES DO DISTRITO FEDERAL


Não estamos em greve, estamos trabalhando. 

O que mudou:

1. Deixamos de dirigir em alta velocidade, forçar passagem no trânsito, avançar sinal vermelho, correr risco de capotamento para atender ocorrências colocando nossa vida em perigo para salvar a sua. 

2. Deixamos de usar celular pessoal e ligar para vítimas em busca de melhores informações, de chegar mais rápido aos criminosos. Agíamos assim porque o sistema de rádio funciona mal e a empresa no 190 é pior. Pagávamos do nosso bolso para que o que foi roubado do seu seja devolvido.

3. Paramos de correr até acidentes de trânsito. Os "auditores" do detran ganham 3x mais que os PMs pra isso.

4. Paramos de ir para local de crimes já ocorridos coletar informações e descobrir os culpados. Investigar crimes é obrigação da polícia civil que ganha 2x mais que nós.

5. Quando o rádio avisa um gol prata roubado, por exemplo, paramos de abordar cada gol prata e passamos a abordar apenas aqueles de quem suspeitamos concretamente. É o que a lei determina. E paramos de abordar os gols pretos também, mesmo sabendo que os atendentes do 190 vivem trocando essas cores. 

Aliás, quando saímos abordando inúmeros carros os donos reclamam e nos tratam mal, dizem que não sabemos trabalhar. 

6. Reclamam se ficamos olhando dentro dos carros, escaneando cada pessoa e então abordando se temos a mínima suspeita. Passamos a abordar apenas quando temos uma suspeita concreta, exatamente como manda a lei. 



Todos estão vendo os resultados. A imprensa nos chama de mercenários que abandonaram a população. Essa imprensa que joga pedra na PM dizendo que se deve ter mais medo da polícia que de bandido. Você também fala isso? 

A imprensa também diz que somos incompetentes, pedem o fim da PM, deputados defendem a idéia e até a ONU. Falam que temos a melhor escala do Brasil e nunca fala que trabalhamos virando noites, em feriados, no natal - que raramente passamos com a família. Não fala que, depois do serviço, ainda ficamos horas nas delegacias e, na nossa folga, horas e horas esperando audiências em que juízes e promotores nos tratam como se os criminosos fôssemos nós. A imprensa e o governador dizem que temos o maior salário do país. É o oitavo. E Brasília é a capital mais cara. 

Também não fala que criminosos e pessoas sem escrúpulos estão sempre fazendo denúncias falsas, nos obrigando a pagar advogado e perder mais da nossa folga pra nos defender de bobagens. 

Se somos incompetentes, porque fazemos tanta falta? Pense como seria se fizéssemos greve como faz a polícia civil, como fizeram os agentes penitenciários que há 3 anos ganhavam 1600 reais e agora ganham 8 mil, 2x nosso salário.

Ganhamos metade do salário da segurança pública, fazendo o nosso serviço e o dos outros. Não temos plano de saúde, nem assistência jurídica, nem reconhecimento, nem plano de carreira (um soldado leva mais de dez anos para se tornar cabo e receber 150 reais de aumento). 

O risco que você corre com a operação tartaruga é muito menor do que o risco que nós corremos, mesmo na folga: os policiais militares morrem 800% mais que os demais brasilienses. 

Nós sempre lutamos por você, não lute contra nós.

Lute contra o Agnelo, o responsável pela situação caótica, lute por quem arrisca a vida pra salvar a sua e merece mais respeito e reconhecimento.

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